A embaraçosa derrota militar que a Rússia evita mencionar

As batalhas enfrentadas pela Rússia
As batalhas omitidas
A Guerra Russo-Japonesa
Por que o Port Arthur era tão disputado?
Uma escolha difícil
Uma longa expedição
Quem foram os recrutas?
Um mau começo
Confusão e desespero
Navios frágeis
Outra má decisão
O incidente do Dogger Bank
Desperdício de munição
Perderam acesso ao canal de Suez
Situação insalubre nos barcos
Para motivar a tripulação
Mantimentos perigosos
Problemas com tubarões
Suprimentos?
Uma negação total
Fim de missão
O encontro com o inimigo
Batalha real
A Batalha de Tsushima
O Tratado de Portsmouth
A vida de um soldado
As batalhas enfrentadas pela Rússia

A Rússia possui uma longa tradição militar, desde a Batalha no Gelo, liderada por Alexander Nevsky, até à Batalha de Estalinegrado, na Segunda Guerra Mundial.

As batalhas omitidas

No entanto, além das batalhas épicas que terminaram nos livros de história, há algumas sobre as quais os protagonistas preferem não falar. É o caso da Batalha de Tsushima, entre a Rússia e o Japão.

A Guerra Russo-Japonesa

Em 1904, a Rússia e o Japão estavam em guerra, devido a ambições imperiais. Um dos principais pontos de discórdia era o Port Arthur, uma base naval alugada à Rússia, no nordeste da China, a oeste da Península Coreana.

Por que o Port Arthur era tão disputado?

O porto de Vladivostok, no Oceano Pacífico, congela durante os meses de inverno, ficando inútil para o comércio marítimo ou para a defesa naval. Assim, Port Arthur, que fica mais próximo do Japão do que da Rússia, foi o primeiro alvo da disputa, já que pode ser usado todo o ano.

Uma escolha difícil

Logo nas batalhas iniciais, a Frota Russa do Pacífico foi dizimada, mas o czar Nicolau II não aceitou a derrota e decidiu enviar a Frota do Báltico, numa viagem de 28 mil quilômetros de distância, para quebrar o bloqueio de Port Arthur.

Imagem: @aurelien_romain/Unsplash

Uma longa expedição

O almirante Zinovy Petrovich Rozhestvensky foi o escolhido para liderar a expedição de São Petersburgo a Port Arthur. Ele era conhecido por ser autoritário e sofrer com acessos frequentes de raiva.

Quem foram os recrutas?

A Frota do Báltico passou a ser chamada de Segunda Frota do Pacífico e deixou o porto de São Petesburgo em 16 de outubro de 1904. Embora o almirante fosse experiente, a maior parte da tripulação era composta por recrutas do interior da Rússia, com pouca ou nenhuma experiência marítima.

Um mau começo

Os problemas não foram poucos. Logo depois de partir, um navio encalhou, outro perdeu a âncora e dois colidiram, inutilizando um deles.

Confusão e desespero

A paranoia logo tomou conta da tripulação. Quando estavam entre a Dinamarca e a Suécia, parte da frota começou a atirar contra os próprios navios russos, pensando que fossem japoneses à espera deles.

Imagem: @tompodmore86/Unsplash

Navios frágeis

A Marinha Imperial Russa era composta por navios frágeis, incapazes até mesmo de atingir pequenos navios civis.

Imagem: @samule/Unsplash

Outra má decisão

Quando encontraram com uma frota de traineiras britânicas, em Dogger Bank, a leste da costa da Inglaterra, cometeram o outro erro, atacando o inimigo errado.

Imagem: NOAA/Unsplash

O incidente do Dogger Bank

O incidente do Dogger Bank, como ficou conhecido, quase desencadeou uma guerra entre a Rússia e o Império Britânico, depois que a Frota do Báltico disparou contra barcos de pesca, durante 20 minutos.

Desperdício de munição

A falta de experiência da tripulação fez com que perdessem munição: o navio de guerra chamado Oryol disparou 500 tiros, sem alvo certo.

Imagem: @knutt/Unsplash

Perderam acesso ao canal de Suez

Como resposta, o governo britânico decidiu revogar o acesso ao Canal de Suez (foto), no Egito. Então, Rozhestvensky e sua frota tiveram que seguir a rota panorâmica, ao redor do Chifre da África, para chegar ao Oceano Índico.

Imagem: @sam30/Unsplash

Situação insalubre nos barcos

Como a Frota do Báltico dependia de carvão, Rozhestvensky optou por manter grandes cargas deste mineral no convés. No entanto, a consequência foi devastadora, matando vários marinheiros com excesso de fuligem.

Imagem: @nikolasvako/Unsplash

Para motivar a tripulação

Ao ancorar na ilha de Madagascar, os oficiais permitiram que a tripulação levasse animais exóticos para a viagem, como lêmures, cobras e crocodilos. O problema é que muitos deles escaparam e esconderam-se nos confinamentos dos navios.

Mantimentos perigosos

Outro oficial da alta patente achou que seria uma boa ideia comprar toneladas de cigarros com ópio. Mas o resultado foi trágico: muitos marinheiros acabaram viciados.

Imagem: @jenspepie/Unsplash

Problemas com tubarões

Para piorar, o sistema de refrigeração de um dos navios quebrou, obrigando-os a jogar carne podre ao mar. A carne atraiu tubarões, preocupando toda a tripulação.

Suprimentos?

Quando o Czar Nicolau II enviou um barco de suprimentos à Frota do Báltico, em vez de comida e munição, havia apenas casacos de pele e botas.

Imagem: @jeisblack/Unsplash

Uma negação total

As más notícias não pararam tão cedo. Em 2 de janeiro de 1905, Port Arthur foi dominado pelos japoneses. Em terra, as forças russas recuavam e, como se nao bastasse, Rozhestvensky apresentou uma carta de renúncia, que foi recusada pelo czar Nicolau II.

Fim de missão

Depois de perder o Port Arthur, o plano era chegar ao porto de Vladivostok, evitando ser detectado pela Marinha Imperial Japonesa. Mas esta furtiva missão chegou ao fim no Estreito de Tsushima, entre o Japão e a Coreia.

Imagem: @nichiyoshi/Unsplash

O encontro com o inimigo

Na noite de 27 de maio de 1905, depois de uma longuíssima viagem, a Frota do Báltico finalmente deparou-se com um navio de guerra japonês. A ironia é que o confundiram com outro navio russo, até serem fortemente atingidos.

Imagem: @jlhopes/Unsplash

Batalha real

Depois de tantos percalços, Rozhestvensky, finalmente, enfrentaria o verdadeiro inimigo.

A Batalha de Tsushima

O confronto resultou na morte de mais de 4 mil soldados russos.  Seis navios de guerra foram afundados e outros dois foram capturados, pondo fim à Frota do Báltico. Rozhestvensky sobreviveu à luta, mas ficou inconsciente durante a maior parte do conflito.

O Tratado de Portsmouth

A batalha naval foi tão acirrada que o czar foi forçado a se render, assinando o Tratado de Portsmouth, em setembro de 1905. O presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, foi fundamental nas negociações.

A vida de um soldado

Durante seu período de recuperação, em um hospital japonês, Rozhestvensky recebeu a visita do almirante Tojo, seu colega no conflito. Tojo o confortou, dizendo que ele havia acabado de cumprir seu dever, como qualquer soldado comum.

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